segunda-feira, 27 de maio de 2013

RISOTO A LAVOISIER

A Lei da Conservação das Massas foi publicada pela primeira vez 1760, mas na época não repercutiu tanto quanto devia  cabendo ao químico francês Antoine Lavoisier o papel de tornar mundialmente conhecido o que hoje se chama Lei de Lavoisier: "Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Em qualquer sistema, físico ou químico, nunca se cria nem se elimina matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma em outra. Portanto, não se pode criar algo do nada nem transformar algo em nada, lei válida na cozinha...
Mas isso não é um blog de química, física ou de dicas para pré-vestibulandos... A conversa aqui é sobre prazeres! Principalmente aqueles advindos da boa mesa. E um destes prazeres é aproveitar aquilo que "sobrou" de uma refeição e você inteligentemente guardou ou congelou...

Em post de Junho de 2012 (BACALHAU E SEUS PRAZERES), contei uma pequena tradição familiar de preparo de bacalhau em algumas ocasiões especiais. Pois bem no almoço de Páscoa deste ano, repetimos a tradição e, como também faz parte da tradição, levei uma pequena "marmita". Ao chegar em casa, coloquei o vasilhame devidamente acondicionado no freezer e o esqueci... Teve seu lado bom e o ruim... O ruim que eu não repeti este manjar no dia seguinte, quando seus paladares se aprimoram, mas o lado bom é que quando fiz uma avaliação do que tinha do freezer para incrementar aquele risoto inocente, quase dei um pulo de alegria!



INGREDIENTES (para seis pessoas):
  • 500 g de arroz arbóreo; 
  • 100 g de manteiga;
  • 01 xícara de chá de vinho branco;
  • 01 cebola grande picada;
  • 01 talo de salsão picado;
  • 02 dentes de alho picados;
  • 100 g de manteiga;
  • 100 ml de crene de leite fresco;
  • 01 l de caldo de legumes;
  • Azeite quanto baste;
  • Sal e pimenta do reino negra a gosto. 
PREPARO:

Como a base do risoto seria o restante da bacalhoada e ela estava congelada, iniciei colocando o vasilhame da mesma em banho maria, por cerca de 30 a 40 minutos. Transferi para um outro vasilhame o conteúdo agora descongelado e reservei.

A seguir aqueci uma panela em fogo alto, adicionei um fio de azeite e metade da manteiga. Refoguei a cebola, o alho e o salsão. Coloquei então o arroz, mexi e o deixei fritar até que que ele adquirisse uma coloração translúcida. Adicionei o vinho e esperei evaporar, mexendo levemente. 

Neste momento coloquei a bacalhoada descongelada, sempre mexendo. Comecei então a adicionar o caldo de legumes, também  mexendo regular e suavemente,  por aproximadamente 25 minutos, até que o arroz estivesse al dente. 

Neste caso, a bacalhoada já havia sido temperada, logo não precisei corrigir o sal. Adicionei apenas um pouco de pimenta do reino. Desliguei o fogo e adicionei o restante da manteiga e o creme de leite, mexi e deixei que ele fosse incorporado, por uns cinco minutos, com a panela tampada.

Servi salpicado com salsa e parmesão ralado, além de um bom fio de azeite.


Parafraseando a Lei da Conservação das Massas, vai a Lei Petits Plaisirs: " Na cozinha, algo sempre é criado, nunca se perdendo e sempre se transformando..."




Um comentário:

  1. Putz....deve ter ficado muito bom!!! Vou lembrar e provar apos a proxima bacalhoada la em casa...hehehehe.... acho q vai ser uma surpresa boa pra todos!!!

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"Decifra-me ou devoro-te!" - A Esfinge em Édipo-Rei de Sófocles.